quarta-feira, 29 de junho de 2011

Tudo certo como 2 e 2 são 5


- -

...

- Mas obrigado mesmo assim.

- Mas eu nem…

- Sim você ajudou.

- Ajudei?

- A cena que estavamos procurando há muito tempo pode estar em um desse seus delírios

- Um jarro, uma toalha e algumas coisas vermelhas flutuantes que saíram de dentro do vaso?

- Arrá! Flutuantes! Entendo... você já pode ir. Está livre.

- Quer dizer que eu estava preso?

- Não, claro que não. Você poderia ter f... Rapaz, acompanhe esta senhora até a porta.

- Mas...

- Mas o que?

- O senhor disse que eu..

- ME chame de “você” por favor.

- ..você disse que eu poderia ir... mas não disse que eu TENHO que ir...

- ...?

- Eu pretendo ficar.

- Ficar? Aqui no meio de criminosos que entram e sai?

- Se o senhor não se importar...

- Mas é claro que eu me importo. Adeus.

- Espere! Eu acho que posso ajudar!

- Você já disse tudo o que sabia. Agora vá!

- Eu... eu...

- Por favor, eu tenho trabalho a fazer.

- Eu MENTI.

- Entendo. Você vai fazer oq eu for preciso pra ficar aqui então. O que você ainda quer fazer aqui?

- Quero contar a verdade sobre a história...

- Pra que mentir? Você já disse tudo oq eu Sab..

- FUI EU QUEM QUEBROU O VASO.

- ...

- E-e-eu não tinha certeza do que eu estava fazendo, acabei por ficar tonta e depois de um tempo tudo parecia menos real, o ar ficou mais denso e tudo ficava cada vez mais escuro.

- ...

- Então eu não conseguia mais controlar minhas pernas... e eu caí. Quando eu acordei, eu tentei me levantar, mas não consegui. O corpo estava doendo muito e...

- E o que?

- E eu tentei usar a toalha da mesa como apoio pra poder ficar de pé. Só que quando eu puxei, o vaso veio pra cima de mim, caindo no chão e se despedaçando.

- Você ficou apagada por quanto tempo?

- Eu não sei...

- E depois, o que aconteceu?

- Eu acho que desmaiei de novo e quando eu acordei eu estava aqui.

- Senhora...

- Eu juro que é verdade. Eu tenho certeza que foi isso que aconteceu!

- Eu acredito...

- Veja! Essas marcas são dos pedaços do vaso que enfiaram aqui....

- E este curativo foi feito aqui?

- Acredito que sim.

- Mesmo assim nada está diferente. Essas suas lembranças não vão trazer Heidy de volta.

- Eu sei... mas o vaso quebrado no chão... as poças vermelhas... a toalha no chão. O que você disse, mesmo, sobre sangue?

- S-s-sangue?

- Sim, o sangue de suas mãos

- Minhas mãos estão sangrando?!?!

- Não! Acalme-se! Acho bom você se sentar de novo.

- ...

- Hey, traga um copo de água com açúcar aqui pra ela por favor!?

- Não precisa.

- Não há problemas. Agora me diga, você trocou de roupas ao chegar aqui?

- ... eeu... eu não sei.

- Aqui diz que você chegou por volta das

- Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaah!

- Acalme-se!

- Eu não me lembro de nada, eu quero ir embora! Quem é que está tentando me incriminar!?

- O que você está dizendo?

- Eu?? Eu não estou dizendo nada.

- Me diga uma coisa... sobre Heidy... Você sabia sobre nós?

- Não.

- Tem certeza?

- ... tenho.

- Eu quero lhe fazer uma última pergunta.

- Eu... faça.

- Por que? Por que você fez isso?

- Isso o que?

- Por que? Logo com Heidy.. era EU QUEM VOCÊ QUERIA ATINGIR?

- Não eu... eu não do que você está falando.

- Ah não sabe é? E o que são essas marcas em suas mãos??

- Eu.. eu.. eu não sei!

- E como você chegou aqui? Ou suas roupas, por que não estão encharcadas de sangue? COMO VOCÊ ACHA QUE IA ESTAR VESTINDO UMA PORRA DE UMA CAMISA INDIANA???

- Pare! Você está me assustando!

- Assustando é? Foi isso que Heidy disse antes de você ter dado o tiro de misericórdia? Diga! Foi um tiro ou uma facada??

- ...

- Já sei! Você usou o vaso! Pobre Heidy, agora que descobrimos o amor. Por que você fez isso?

- PARE COM ISSO! Eu já disse que não fiz nada!

- Por que você está aqui então. Vou lhe fazer mais uma pergunta. Quem é você?

- ...

- QUEM É VOCÊ? O que você quer? O que veio fazer aqui?

- Eu...

- Hein? Responda!

- Eu...e

- ...

- Eu não sei.

- Você não sabe?

- Eu... eu acho que me esqueci.

- Acalme-se. Vamos, lembre-se. O que você estava fazendo antes de derrubar o vaso? Por que você teria ido até lá? Quando se encontrou com Heidy?

- Eu.. Heidy? Vaso? Eu só me lembro de algumas coisas vermelhas flutuando de dentro de um copo... Um copo grande. Como que se estivesse preenchido por um líquido, só que ele não estava ali. De dentro, coisas saíam e flutuavam no ar.

- Por acaso você chegou a derrubar esse “copo” no chão, puxando a toalha da mesa?

- Não senhora. Eu me lembro de ter sido envolvido por algumas partes da fumaça vermelha.

- Fumaça?

- Sim, as coisas que saíam eram como fumaça, só que mais espessas. Quando elas entrava pelos olhos e orelhas, deixavam a gente confusos. O mundo parecia um mosaico real.

- Você chegou a ver Heidy?

- Não senhora, quando eu..

- Você. Por favor, pode me chamar de você. E é senhorita.

- Senhorita, do que eu me lembro, não consigo me lembrar de ter visto ninguém..

- Nada?

- Não. Eu só tive uma sensação estranha.

- Sensação?

- Sim. Como se eu estivesse dentro do porta-malas de um carro. E de repete tudo que era, deixava de ser. Onde estão todos?

- Todos? E qual foi a sensação?

- Que sensação?

- Pois saiba que aqui é um lugar em que ninguém lhe julga antes de termos conhecimento suficiente para sabermos com o que estamos lidando. Pode deixar o pensamento fluir e as memórias lhe inundarem a mente. Respire... você está ficando relaxado. Relaxe. Seus músculos agora funcionam na mais tênue e leve harmonia. Você é uno com o universo. O que vê?

- Uma galinha?

- O que?

- Ela está correndo!

- HEIDY!! Aonde?! Vamos, diga-me aonde!!

- Uma casa... uma mar... areia, paredes verdes...

- É minha casa! Heidy está em minha casa!

- Um homem... não, uma mulher.. velha. Não, nova – em torno de meia idade.

- O que???

- Ela pega a galinha nos braços.

- Sim? Sim? Ela está com boa aparência? Será que estão cuidando bem de Heidy Doutor?

- Acredito que sim.

- TRRRRRRLIIMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMM

- “ATENÇÃO PACIENTES, O ALMOÇO ESTÁ SERVIDO”

- Vamos?

- Sim.

- Meu Deus. Socorro. Que cheiro é esse? Qual o cardápio de hoje?

- Carneiro.

- Tenho alergia a carneiro. E a porco também.

- O que você queria que fosse? Churrasco?

- Não.

- E sobre o seu sonho? O que mais aconteceu?

- Que sonho?

- O da galinha, que a moça havia pegado.

- Ah sim, que tem ele?

- A galinha ficou bem?

- Claro que não. A mulher que estava com a galinha nas mãos, segurou-a pelo pescoço, e girou o bichinho até que ele parou de se mexer. O velho que estava dentro da casa estava com uma espécie de bastão de madeira nas mãos, do qual saía fumaça e escorria algo amarelo. Viscoso, mas aparentava ter um cheiro tão bom...

- Entendo.

- Já tem o diagnóstico doutor?

- Sim.

- E que é?

- Fome.

- Entendo. E agora?

- ...

- Doutor? Fale comigo!

- ...

- Doutor... droga.


http://www.grupotempo.com.br/tex_36.html (vide números 11 e 16)

maluquice da cabeça de Maurício, entregue na matéria de dramaturgia.


quarta-feira, 6 de abril de 2011

"Eu já fui muito Rica, e já fui muito pobre."



Por menores à parte, deixando de lado tudo que tava posilviomente na frente, vamos inciando mais um ano letivo — administrativo legal de 2011. Neste já outrora saudoso sexto dia do mês de abril (que antecede o famosíssimo 'fechou' na infalível brincadeira antigamente intitulada de Mêz), estou a declarar a aberturidade desta maravilha da blogosfera brásilo-mundial. Cuidando para não me repetir em termos de palavras e meses do ano, aí vamos nós partir para mais um bloco (s.m. pedaço aglomerado, constituído de uma série interminável, finita, de textos, publicados sempre em rigorosamente dias aleatórios) de anotações e pensamentos, sempre fruto da mais pura árvore dos meus sentimentos, não etéreos, visto que o preço do teclado etéreo anda pela hora da morte.

Aproveito neste momento não obstante do anterior para colocar em palavras a nova proposta deste pequeno (porém limpinho) blog: desabafos conscientemente incoscientes, à medida que os dedos fluam nas direções das letras. Assim, resumindo para você, caro leitor que não está a ler (*note:segunda vez a mesma modelagem verbal açoriana) pois, de muitos caíres de folhas e mudanças de estações que esta poióca não recebe visitantes, quiça leitores.
Desaprovo a mudança propostual, apesar de proposta por mim mesmo, repropondo a reformulação do que recém formulado, ou seja, a missão desta merda será atingir o coração de cada um de vocês que absorve todo este conteúdo problemático, digo, programático, idealizado sempre na hora e feito com todo amor e carinho.

O texto de hoje é o primeiro passo. Para propor e informar a vós, caríssimos leitores solícitos, sobre as novas diretrizes gráficas e de conteúdo que serão utilizadas? Caso assim deseje desejar, positivo (verbo positivar, 1ª pessoa do singular, presente do indicativo — eu positivo, tú positivas...) vossa escolha. Porém, trata-se do mais puro desabafo dos dedos, em relação ao teclado, às palavras livres, que fluem com a consonância de qualquer coisa que existe, e continua a existir. Sobre inventar flexões nominais, grafar sobre tela branca a oralidade quase que propriamente dita. Colocar vírgulas separando presente, de predicado. Abusar da falta de vírgulas. Fazer o fôlego acabar e continuar o texto. Afinal, para que servem as tais aulas de expressão vocal e controle epístemo do diafragma de Adão? (*vide Barsa) (**jogou fora sua Barsa? Sifudeu.)

Enfim, não mais querendo tomar seu tempo, nem a força e saúde de meus pulsos e dedos, colocarei essas últimas frases soltas, utilizando os opronomes demonstrativos que eu quiser, as vírgulas aonde eu bem entender e não concordando sintatica-semânticamente a porra da concordância de número. Fala sério, sem contexto não há vida.

CONTEXTO EU TE AMO!

Máu-ri
Hoje e sempre
trabalhando,
e feliz.

**Às senhoras corretoras, todo o meu amor e minha consideração. Porém, temo alertá-las que neste espaço, apenas porão corrigir os comentários. Uma vez que eles existem na maneira inexistente de se existir, vão lá e corrijam. Quero ver.