terça-feira, 29 de agosto de 2017

Há outros mundos além deste, pistoleiro (ainda bem!)

A Torre Negra



                Baseada na obra homônima de Stephen King, A Torre Negra é uma saga de livros em sete volumes que tem uma história de mais de trinta anos de construção e que já gerou duas pequenas séries spin offs em quadrinhos. Vale dizer que um oitavo livro foi lançado, mas que não acrescenta muitas novidades ao enredo central. Agora, essa grande obra acaba de ganhar uma versão para os cinemas, trazendo uma temida adaptação de um enredo monstruosamente grande e complexo para uma película (inicial?) de 135 minutos. Será que deu boa?

Inicialmente, a saga literária de Stephen King fala de uma existência repleta de terras (ou ‘mundos’) paralelas, as quais todas convergem para um único ponto: exatamente onde está localizada a Torre Negra. E por um acaso do destino, o mais-do-que-poderoso Rei Rubro resolveu botar abaixo essa edificação que sustenta a existência. Para isso, o monarca vermelho conta com o auxílio de seu ‘comandante’ Walter das Sombras (o Homem de Preto), um feiticeiro de magia das trevas extremamente poderoso, que é o responsável por conduzir os maquiavélicos planos de destruição. Contra essa ameaça, desde os tempos mais antigos, a Torre era protegida por ‘pistoleiros’ (que na obra de King são uma releitura dos cavaleiros da távola redonda) guiados por suas enormes pistolas de cabos de sândalo, forjadas com o metal do próprio aço de Excalibur, a arma de Arthur do Eld (sentiu a relação?). E assim Roland de Gilead, o último dos pistoleiros, começa a aventura perseguindo o homem de preto em uma incansável e perigosa jornada.



 A adaptação das telonas também parte de um roteiro parecido, mostrando detalhes que só são conhecidos nos sexto e sétimos volumes (mais perto do final), unindo Roland e o garoto Jake de um lado, contra Walter e seus vis asseclas de outros. A princípio, os contraventores existenciais pretendem destruir a Torre para tornar a realidade em chamas e escuridão. Roland busca vingança e está em crise de identidade sobre sua existência como pistoleiro. O garoto assume um papel de singular importância neste enredo adaptado e basicamente conseguimos resumir toda a obra em um pequeno parágrafo.
Em termos de apresentação técnica, A Torre Negra conta com efeitos bem interessantes, sendo que nada se torna cansativo durante o filme, incluindo a duração da exposição. Apelícula passa mais ou menos rápido e deixa a sensação de que “acabou na hora certa”. Para a alegria de quem não está inteirado de nada sobre a história da literatura ‘kinguiana’, o filme conta com um começo, um meio e (felizmente) um fim — não deixando aquela famosa brecha para a posterior continuação como é bem comum em trilogias e afins. Além disso, o som não assume papel de muito destaque, mas não faz feio, bem como os efeitos visuais — com pequena menção honrosa para o demônio da floresta e da casa do portal.


A atuação das estrelas Idris Elba e Matthew McConaughey é bem convincente, apesar de que ambos assumem quase todos os diálogos relevantes do filme — o que atrapalha muito para fazermos uma comparação. Isso pode obscurecer o julgamento de quem ocupa papel principal e de coadjuvante, já que os demais personagens parecem todos pouco úteis. Enfim, vê-se que estamos tratando de uma obra claramente mediana, deixando de lado o juízo de valor sobre ‘o livro é melhor’ ou ‘nunca ouvi falar dessa Torre’.

VALE A PENA?

Enfim, A Torre Negra é um filme muito interessante. Um sonho virando realidade para os fãs da saga e uma experiência boa para quem quer se aproximar da obra de Stephen King. Vale a pena? Sim. É perfeito? Absolutamente não. Trata-se de um filme ‘mais ou menos’, do jeitinho que deve passar na Tela Quente daqui uns anos. 

NO ENTANTO, vale a pena lembrar que a intenção inicial do grupo por trás desse trabalho é inaugurar a adaptação do livro para as telas com um filme, seguido de um seriado de mais de uma dezena de episódios. Então, dá pra dizer que os fãs estão ansiosos pela chegada da série, o que ainda não tem data certa para acontecer, mas deve aparecer lá pelos idos de 2020.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Tudo certo como 2 e 2 são 5


- -

...

- Mas obrigado mesmo assim.

- Mas eu nem…

- Sim você ajudou.

- Ajudei?

- A cena que estavamos procurando há muito tempo pode estar em um desse seus delírios

- Um jarro, uma toalha e algumas coisas vermelhas flutuantes que saíram de dentro do vaso?

- Arrá! Flutuantes! Entendo... você já pode ir. Está livre.

- Quer dizer que eu estava preso?

- Não, claro que não. Você poderia ter f... Rapaz, acompanhe esta senhora até a porta.

- Mas...

- Mas o que?

- O senhor disse que eu..

- ME chame de “você” por favor.

- ..você disse que eu poderia ir... mas não disse que eu TENHO que ir...

- ...?

- Eu pretendo ficar.

- Ficar? Aqui no meio de criminosos que entram e sai?

- Se o senhor não se importar...

- Mas é claro que eu me importo. Adeus.

- Espere! Eu acho que posso ajudar!

- Você já disse tudo o que sabia. Agora vá!

- Eu... eu...

- Por favor, eu tenho trabalho a fazer.

- Eu MENTI.

- Entendo. Você vai fazer oq eu for preciso pra ficar aqui então. O que você ainda quer fazer aqui?

- Quero contar a verdade sobre a história...

- Pra que mentir? Você já disse tudo oq eu Sab..

- FUI EU QUEM QUEBROU O VASO.

- ...

- E-e-eu não tinha certeza do que eu estava fazendo, acabei por ficar tonta e depois de um tempo tudo parecia menos real, o ar ficou mais denso e tudo ficava cada vez mais escuro.

- ...

- Então eu não conseguia mais controlar minhas pernas... e eu caí. Quando eu acordei, eu tentei me levantar, mas não consegui. O corpo estava doendo muito e...

- E o que?

- E eu tentei usar a toalha da mesa como apoio pra poder ficar de pé. Só que quando eu puxei, o vaso veio pra cima de mim, caindo no chão e se despedaçando.

- Você ficou apagada por quanto tempo?

- Eu não sei...

- E depois, o que aconteceu?

- Eu acho que desmaiei de novo e quando eu acordei eu estava aqui.

- Senhora...

- Eu juro que é verdade. Eu tenho certeza que foi isso que aconteceu!

- Eu acredito...

- Veja! Essas marcas são dos pedaços do vaso que enfiaram aqui....

- E este curativo foi feito aqui?

- Acredito que sim.

- Mesmo assim nada está diferente. Essas suas lembranças não vão trazer Heidy de volta.

- Eu sei... mas o vaso quebrado no chão... as poças vermelhas... a toalha no chão. O que você disse, mesmo, sobre sangue?

- S-s-sangue?

- Sim, o sangue de suas mãos

- Minhas mãos estão sangrando?!?!

- Não! Acalme-se! Acho bom você se sentar de novo.

- ...

- Hey, traga um copo de água com açúcar aqui pra ela por favor!?

- Não precisa.

- Não há problemas. Agora me diga, você trocou de roupas ao chegar aqui?

- ... eeu... eu não sei.

- Aqui diz que você chegou por volta das

- Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaah!

- Acalme-se!

- Eu não me lembro de nada, eu quero ir embora! Quem é que está tentando me incriminar!?

- O que você está dizendo?

- Eu?? Eu não estou dizendo nada.

- Me diga uma coisa... sobre Heidy... Você sabia sobre nós?

- Não.

- Tem certeza?

- ... tenho.

- Eu quero lhe fazer uma última pergunta.

- Eu... faça.

- Por que? Por que você fez isso?

- Isso o que?

- Por que? Logo com Heidy.. era EU QUEM VOCÊ QUERIA ATINGIR?

- Não eu... eu não do que você está falando.

- Ah não sabe é? E o que são essas marcas em suas mãos??

- Eu.. eu.. eu não sei!

- E como você chegou aqui? Ou suas roupas, por que não estão encharcadas de sangue? COMO VOCÊ ACHA QUE IA ESTAR VESTINDO UMA PORRA DE UMA CAMISA INDIANA???

- Pare! Você está me assustando!

- Assustando é? Foi isso que Heidy disse antes de você ter dado o tiro de misericórdia? Diga! Foi um tiro ou uma facada??

- ...

- Já sei! Você usou o vaso! Pobre Heidy, agora que descobrimos o amor. Por que você fez isso?

- PARE COM ISSO! Eu já disse que não fiz nada!

- Por que você está aqui então. Vou lhe fazer mais uma pergunta. Quem é você?

- ...

- QUEM É VOCÊ? O que você quer? O que veio fazer aqui?

- Eu...

- Hein? Responda!

- Eu...e

- ...

- Eu não sei.

- Você não sabe?

- Eu... eu acho que me esqueci.

- Acalme-se. Vamos, lembre-se. O que você estava fazendo antes de derrubar o vaso? Por que você teria ido até lá? Quando se encontrou com Heidy?

- Eu.. Heidy? Vaso? Eu só me lembro de algumas coisas vermelhas flutuando de dentro de um copo... Um copo grande. Como que se estivesse preenchido por um líquido, só que ele não estava ali. De dentro, coisas saíam e flutuavam no ar.

- Por acaso você chegou a derrubar esse “copo” no chão, puxando a toalha da mesa?

- Não senhora. Eu me lembro de ter sido envolvido por algumas partes da fumaça vermelha.

- Fumaça?

- Sim, as coisas que saíam eram como fumaça, só que mais espessas. Quando elas entrava pelos olhos e orelhas, deixavam a gente confusos. O mundo parecia um mosaico real.

- Você chegou a ver Heidy?

- Não senhora, quando eu..

- Você. Por favor, pode me chamar de você. E é senhorita.

- Senhorita, do que eu me lembro, não consigo me lembrar de ter visto ninguém..

- Nada?

- Não. Eu só tive uma sensação estranha.

- Sensação?

- Sim. Como se eu estivesse dentro do porta-malas de um carro. E de repete tudo que era, deixava de ser. Onde estão todos?

- Todos? E qual foi a sensação?

- Que sensação?

- Pois saiba que aqui é um lugar em que ninguém lhe julga antes de termos conhecimento suficiente para sabermos com o que estamos lidando. Pode deixar o pensamento fluir e as memórias lhe inundarem a mente. Respire... você está ficando relaxado. Relaxe. Seus músculos agora funcionam na mais tênue e leve harmonia. Você é uno com o universo. O que vê?

- Uma galinha?

- O que?

- Ela está correndo!

- HEIDY!! Aonde?! Vamos, diga-me aonde!!

- Uma casa... uma mar... areia, paredes verdes...

- É minha casa! Heidy está em minha casa!

- Um homem... não, uma mulher.. velha. Não, nova – em torno de meia idade.

- O que???

- Ela pega a galinha nos braços.

- Sim? Sim? Ela está com boa aparência? Será que estão cuidando bem de Heidy Doutor?

- Acredito que sim.

- TRRRRRRLIIMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMM

- “ATENÇÃO PACIENTES, O ALMOÇO ESTÁ SERVIDO”

- Vamos?

- Sim.

- Meu Deus. Socorro. Que cheiro é esse? Qual o cardápio de hoje?

- Carneiro.

- Tenho alergia a carneiro. E a porco também.

- O que você queria que fosse? Churrasco?

- Não.

- E sobre o seu sonho? O que mais aconteceu?

- Que sonho?

- O da galinha, que a moça havia pegado.

- Ah sim, que tem ele?

- A galinha ficou bem?

- Claro que não. A mulher que estava com a galinha nas mãos, segurou-a pelo pescoço, e girou o bichinho até que ele parou de se mexer. O velho que estava dentro da casa estava com uma espécie de bastão de madeira nas mãos, do qual saía fumaça e escorria algo amarelo. Viscoso, mas aparentava ter um cheiro tão bom...

- Entendo.

- Já tem o diagnóstico doutor?

- Sim.

- E que é?

- Fome.

- Entendo. E agora?

- ...

- Doutor? Fale comigo!

- ...

- Doutor... droga.


http://www.grupotempo.com.br/tex_36.html (vide números 11 e 16)

maluquice da cabeça de Maurício, entregue na matéria de dramaturgia.


quarta-feira, 6 de abril de 2011

"Eu já fui muito Rica, e já fui muito pobre."



Por menores à parte, deixando de lado tudo que tava posilviomente na frente, vamos inciando mais um ano letivo — administrativo legal de 2011. Neste já outrora saudoso sexto dia do mês de abril (que antecede o famosíssimo 'fechou' na infalível brincadeira antigamente intitulada de Mêz), estou a declarar a aberturidade desta maravilha da blogosfera brásilo-mundial. Cuidando para não me repetir em termos de palavras e meses do ano, aí vamos nós partir para mais um bloco (s.m. pedaço aglomerado, constituído de uma série interminável, finita, de textos, publicados sempre em rigorosamente dias aleatórios) de anotações e pensamentos, sempre fruto da mais pura árvore dos meus sentimentos, não etéreos, visto que o preço do teclado etéreo anda pela hora da morte.

Aproveito neste momento não obstante do anterior para colocar em palavras a nova proposta deste pequeno (porém limpinho) blog: desabafos conscientemente incoscientes, à medida que os dedos fluam nas direções das letras. Assim, resumindo para você, caro leitor que não está a ler (*note:segunda vez a mesma modelagem verbal açoriana) pois, de muitos caíres de folhas e mudanças de estações que esta poióca não recebe visitantes, quiça leitores.
Desaprovo a mudança propostual, apesar de proposta por mim mesmo, repropondo a reformulação do que recém formulado, ou seja, a missão desta merda será atingir o coração de cada um de vocês que absorve todo este conteúdo problemático, digo, programático, idealizado sempre na hora e feito com todo amor e carinho.

O texto de hoje é o primeiro passo. Para propor e informar a vós, caríssimos leitores solícitos, sobre as novas diretrizes gráficas e de conteúdo que serão utilizadas? Caso assim deseje desejar, positivo (verbo positivar, 1ª pessoa do singular, presente do indicativo — eu positivo, tú positivas...) vossa escolha. Porém, trata-se do mais puro desabafo dos dedos, em relação ao teclado, às palavras livres, que fluem com a consonância de qualquer coisa que existe, e continua a existir. Sobre inventar flexões nominais, grafar sobre tela branca a oralidade quase que propriamente dita. Colocar vírgulas separando presente, de predicado. Abusar da falta de vírgulas. Fazer o fôlego acabar e continuar o texto. Afinal, para que servem as tais aulas de expressão vocal e controle epístemo do diafragma de Adão? (*vide Barsa) (**jogou fora sua Barsa? Sifudeu.)

Enfim, não mais querendo tomar seu tempo, nem a força e saúde de meus pulsos e dedos, colocarei essas últimas frases soltas, utilizando os opronomes demonstrativos que eu quiser, as vírgulas aonde eu bem entender e não concordando sintatica-semânticamente a porra da concordância de número. Fala sério, sem contexto não há vida.

CONTEXTO EU TE AMO!

Máu-ri
Hoje e sempre
trabalhando,
e feliz.

**Às senhoras corretoras, todo o meu amor e minha consideração. Porém, temo alertá-las que neste espaço, apenas porão corrigir os comentários. Uma vez que eles existem na maneira inexistente de se existir, vão lá e corrijam. Quero ver.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Mais um blah blah

É melhor ser alegre que ser triste
Alegria é a melhor coisa que existe
É assim como a luz no coração
Mas pra fazer um samba um samba com beleza
É preciso um bocado de tristeza
Senão não se faz um samba, não

Hoje meu samba fala de sentimentos. Depois de tanto tempo ocioso de transfigurar os sentimentos em palavras, si perco no que escrever. Passando pelo processo criativo, pretensiosamente falando, resolvo começar a escrever a esmo. É uma excelente pedida cada vez que se escreve por escrever. Gente lidando com pressão, gente lidando com situações mais difíceis. Ontem ouvi alguma coisa que precisava. Não precisava ouvir essa coisa pra uma situação, pra um momento. É uma coisa que qualquer um precisa ouvir qualquer hora. A gente esquece o quão anormal se é de tempos em tempos. Por mais que qualquer coisa que já foi não será de novo do jeito que já foi um dia, volta a ser perto. Lembre-se: você está morrendo. Sim, é verdade. Eu também não sou imortal. Mas quando a gente descobre essas coisas por causa de uma doença ou de algum filha da puta, o impacto é bem maior. Das últimas vezes que ouvi gente me dizendo como resolver melhor minha vida e meus problemas (que eu não os tenho) foram coincidentemente a mesma resposta: pare de pensar tanto. Então to tentando escrever sem pensar. Não, não estou morrendo por causa de doença, e nenhum filha da puta me disse isso. Mas quando alguém do seu lado está, com taaaaantos outros problemas além desse, e diz que a sensação é fodíssima de aguentar, só que quem tem tudo sempre aceita pior a mesma situação, me faz lembrar que também estamos morrendo; e de que temos tudo. Você que está lendo isso, que faz parte desse enorme mundinho dos temos tudo, percebe a limitação? Antes de dormir eu pensei.. não não, me veio na cabeça, desisti de pensar: “ninguém nunca alcançará nenhum limite do corpo humano antes de morrer”. Nossos limites são breves, até curtos. Mas cada vez que chegamos perto de atingir qualquer um deles é possível expandi-los. Os próprios limites. Caso você achar que chegou ao limite, parabéns, você está longe dele.
Na fase mais impessoal da minha vida, mais longe de estar perto de qualquer limite que eu tenha, enfim com os olhos cada dia mais na realidade incerta, tenho que expelir, expurgar, sei lá, dizer com toda força que sai de dentro de mim: Confie.

Com certeza de dúvidas,


Máu-ri.
Viver intensamente.
Intensamente em que ritmo?
Pra você ou pra mim?

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Cooorre Bino que é cilada! - Quarta me conta um conto que eu aumento um ponto

Há não muito tempo, em uma estradinha não muito longe da capital do Paraná. Mais precisamente em São João de Cima, mais ou menos entre o município de Morretes e Antonina, no litoral do estado. É onde ocorre nosso fato. Mais ou menos a cada 5 ou 6 dias, não me recordo exatamente a medida exata do tempo, pois naquela época era muito difícil dizer ao certo sem termos relógios ou esses instrumentos precisos de marcação de tempo. Nesse dia fez um grande calor, como de costume. Tempo abafado. Realmente abafado. Típico do litoral morretense. Quem é de lá que o diga. E estávamos mais ou menos no períodos das grandes chuvas. Naquela época esses período de estação do ano eram muito mais bem definidos, apesar de não ter esses instrumentos tão sofisticados de previsão de tempo e espaço. Que seja. É de sabedoria do povo que as noites, quando esquenta demais e não chove na cidade, os barulhos que se ouvem lá de cima da serra. Visitante distraído ou não dorme ou não acorda mais. Já explico: é a cabeça d´água. Um mito? Uma lenda? Coisa da minha cabeça? Pode até ser. Mas nesse dia tinha feito realmente muito calor. E nada de chuva por esses lados aqui. Bem no sábado, quanto estava tendo a famosa festa Feira, uns três jovenzinhos metidos a invencíveis resolveram acampar perto da beira do Rio Nhundaquara. Todos fortes, bonitos, muito bem apessoados. Chegaram na cidade, com mochila nas costas e barracas nas mãos. “Não vai dormir pra lá nessas horas , que tem a cabeça d´água!”. Todo mundo que pôde avisou. E se fosse só por aí, até dava o jeito, pra ir amanhã ou depois, sei lá. É que era noite de lua cheia também. Adivinha se os jovens não foram?! Pelas bandas da uma da madrugada, quando não se ouvia mais nem as cigarras, nem os grilos, ouve-se o começo do estrondo. Quem ouve primeiro, como sempre, sai gritando para alertar todo mundo. Todos levantam tudo que podem salvar da água e procuram a casa de quem tem mais segurança. Não é hábito, mas o povo de lá já sabe isso dos avós que souberam dos avós. É assim que se faz. Só que nesse dia, se ouvia uivo de lobo. Lobo? É lobo. Mas por essas bandas se vê raposa, até umas pacas, uns gambás. Mas lobo? Uivando? Desse eu nunca tinha ouvido. A cabeça d´água quando desce leva tudo que encontra pela frente, até chegar nas baixadas, na cidade. Quando ela chega a água sobe toda de uma vez. Vem galho, vem madeira, vem folha, pedaço de barraca o até peixe. Mas dessa vez veio dois rapazes ensangüentados, e um lobo com a cabeça arrancada... Ainda hoje a cabeça d´água existe. Pode perguntar pro meu avô, e pro avô dele...
Máu-ri
uuuuuuuuuu creepy
pode procurar no google.
pra provar que eu to mentindo, eu tiro meu chapéu.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Achei!

http://www.youtube.com/watch?v=pDFrduuaUoc&feature=related

Para ler ouvindo: Achou! – Dante Ozzetti & Ceumar.


Depois de tanto tempo (pensando, duvidando, refletindo, achando que não dava) finalmente achei uma função para o orgulho. “Me diga alguma coisa positiva do orgulho!? Orgulho só serve pra gente se fuder”. De fato, é mais ou menos por aí mesmo. Poréém, mantendo minha dualidade de pensamento, pragmática (um salve pro PRF. Jair), a teoria dos pontos de vista, ou seja, tudo é ponto de vista, não há bom nem mau. Há modos de encarar um tróço. Orgulho serve pra não deixar desistir. O que pode ser bom, as vezes. Serve pra te manter no jogo. Pra continuar tentando. Pra na hora que você se reconhece no caminho da descida, ajudar a mostrar de onde você vai tirar força pra subir de volta. Hoje eu concluí isso. Hoje eu Perdi a hora. Ontem eu assisti um filme de um francês, gravado aqui no Brasil, que concorreu a um trilhão de Oscar. Ganhou um só, eu acho. É com o Robert Deniro (quando ele tinha uns 25 anos). Chama “A Missão”. Um tezão de filme. Fala sobre as missões jesuíticas na América, bem logo depois da época do Tratado de Tordesilhas. Realmente um filme excelente. Só que beeem pesado. E bastante triste. Fui pra casa até meio abatido depois do filme. Depois, resolvi assistir Star Trek, o filme novo, pra dar uma espairecida. Apesar de eu não ter certeza do que realmente siguenefique isso. Esse segundo filme de fato me deixou mais tranqüilo. A ponto at’e de poder dormir logo em seguida. S’o que eu acordei meio mal. Perdi o horário, perdi a aula. Levantei meio tonto, estranho, tomei banho. Almoçei um damned miojo e fui trabalhar. Um peso pairando na minha cabeça, no meu ar. Só que eu coloquei uma camisa que eu gosto sabe. Coloquei uma camiseta vermelha por baixo dela. Bem como diriam umas mocinhas, eu estou sempre de vermelho. E eu me sinto bem assim. Combinando do jeito que EU ache que combina. Cheguei no ponto, o ônibus passou muito em seguida, e de repente já começou a chover. Bah, desde quando eu tenho essa sorte junta? O.k., desde sempre. Mas num dia pesado e estranho desses? Nota* Se vestir com roupas que você gosta pode ajudar no construir de um dia mais legal. “O Bom gosto sempre foi o maior inimigo da Arte”(P.Picasso) E nós, como artistas que somos, fodamos o bom gosto. Eu combino a cor que eu quiser com a outra. Prova disso que quando eu postar esse texto estarei com uma camiseta amarela embaixo de uma camisa meio bege/branca, com listras azuis e pretas, acompanhado de uma calça dins velha, um tênis VERde e uma japona/jaquela azul acinzentado, bem rasgada ainda por cima. Voltando à vaca fria, como diria Dennison de Oliveira, cheguei ao trampo, chequei alguns e-mails, adorei o que eu vi. Logo saí com a chefe, fomos nuns lugares que iríamos mesmo (essa é boa hein). Conversamos no caminho. Mas o que nem ela, nem eu sabíamos, é que eu ia ficar tão feliz de ter saído a tarde. Depois tomamos, secretamente, capuccino. Uma delícia. Eu nem sabia que eu estava precisando tanto de uma atividade social assim no meio da tarde. Acho que essa história na vida de precisar de dinheiro, futuro, sucesso, acaba desgastando a gente de pensar nisso. Depois ainda tive o pudor de ir ver meu progenitor, e eis que pois (senão quando) ganhei uma bufunfinha que veio extremamente muito bem a calhar. Despues, sabes tu, fui ao ponto do Água Verde FAP, quando encontrei pessoas legais, cuja conversa sobre o decorrer de meu curso me animou bastante. Haveria prova em minha faculdade agora a noite. Minha primeira vez com os outros me vendo. Normalmente eu estaria muito mais ansioso, bem como na semana passada. Só que eu encontrei o senhor vizinho no ônibus, e acabei falando tanto o caminho inteiro que esqueci de me preocupar. Bom, agora que você já sabe tão detalhadamente como foi o meu dia, você deve até querer, pelo menos, saber como foi o fim. Mas é aí que eu resolvo: não vou contar. O blog é meu, o texto é meu, quem tá escrevendo sou eu. Claro que a prova, o clima, o ambiente, as pessoas. Todo mundo com quem eu falei, vi, pensei, conversei, fizeram uma diferença estranhíssima nesse dia, nesse dia que eu percebi que orgulho é uma bosta, mas ainda assim dá pra ver do outro lado. Agora me sinto com uma sensação de que deu certo alguma coisa que eu nem achei que tinha tentado. Então é assim que as pessoas que se esforçam de fato, que fazem com vontade e amor (os gays dizem ‘tezão’) aquilo que fazem. “Sabe quando de repente parece que te respondem aquilo que você tava, ainda, tentando perguntar?!?” Um dia ainda eu consigo colocar umas sensações em potes, e vende-las-ei. Óbvio que não. Sou egoísta demais pra isso. Ao mesmo tempo altruísta. Que você possa ter um dia tão comPLETAnte quanto o meu. É, isso mesmo, você sabe que eu estou aqui, e eu sei que você está aí. Estávamos conversando. Isso não é um texto.


Máu-ri
Te assustando no final do post

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Quem me dera teus olhos pudessem ver por trás dos meus...

Citando o personagem Do Contra, nas histórias do meu quase xará ‘Maurício de Souza’, “minha vida começou pelo fim... de uma longa espera de nove meses, de gravidez, até que eu nasci.” Genial. Então foi vindo até os dias de hoje, de milhares e milhares de maneiras, assistindo muita televisão, lendo com moderação, ouvindo tantas músicas a ponto de não mais perceber o quanto isso é intrínseco à minha existência. Cada vez mais ficando moderado em minhas opiniões e descobrindo a diversidade alheia (mesmo alheia em mim mesmo) e tentando respeitar cada vez mais. Sempre que eu paro para pensar sobre minha relação com cada pessoa que passa pela minha vida, me sinto uma esponja. Esponja cultural, oral, intelectual. Me defino mais ou menos como uma máquina de repetir. Só que essa repetição é minha, do meu jeito, com o meu traço, porque já não dá mais pra “desmisturar” tudo que eu já absorvi. Agora, para onde eu vou? Bom, depois do serviço eu geralmente vou para a aula na Fap. A pé. Ou na sexta-feira eu vou no show do Otto. Adoro Otto. Quando eu crescer, quero ser pai, ter pelo menos um filho (ou uma filha). Quero juntar o que eu gosto com o que eu preciso. Gosto imensamente de política. Gosto gigantemente de Artes. Teatro, é no que estamos em questão. Sempre que eu trabalhei em minha vida, praticamente todas as vezes foi em serviço público. Desde concursado, como estagiário, passando até por terceirizado, para algum órgão estatal. Não obstante, não tenho pretensões de não ficar ‘rico’. Muito pelo contrário. Nem de trabalhar pouco. Apenas quero continuar acreditando em mim e no futuro. Também vou para Polônia e para a Ucrânia, o mais brevemente possível. Pegar minha mochila, minhas línguas estrangeiras, algum dinheiro que eu consiga, e olá velho mundo! Vou para a pista de Cooper e para a academia, assim que eu conseguir de novo. Sem saúde, sem futuro. Vou, ainda, para a casa de meus avós, enquanto eles forem vivos. Depois que morrerem também não adianta mais. Vou ser mais simpático e menos intransigente. O que me leva a crer que não há falta de objetividade. Há talvez excesso de tempo para conseguir coisas que demandam muito tempo. Vou precisar de mais paciência e mais obstinação. É meu jeito ninja: não vou parar de tentar até eu conseguir. Quando eu faço uma promessa, é para cumprir. E é assim que eu pretendo ir. Agora, pra onde? Não sei. Como em música de um conjunto já não tão fiel a sua própria obra: “EU NÃO SEI O QUE EU QUERO, MAS EU SEI QUE VOU CONSEGUIR”. Como visto eu até sei o que eu quero. O que muda é descobrir os ‘comos’ conseguir tudo. E cada vez que eu tomo um rumo, tenho mais e mais curiosidade de descobrir outras formas, outros meios. O que nos tira de certa forma de um caminho retilíneo. Mais ou menos como dizem que a mão de Deus escreve. Antônio Fagundes no filme Deus é Brasileiro, no papel de Deus, certo momento diz: “não sou eu que escrevo torto, são vocês que não sabem ler mesmo”. Que tem idealismo nos meus sonhos ainda tem. Cada vez menos, concordo/admito. Não tenho vergonha de querer assim, e não me desculpo por perder um pouquinho de idealismo por mês. Não é por mal. Mas também não sou vítima de nada. Vejo as necessidade e tento me adaptar a elas. Para isso temos que as vezes adiar alguns planos, ou adiantar outros. Só quando se para de ver o lado da metade vazia da taça de Moët Chandon Imperial Demi-Sec, é que se pode começar a pensar em avançar. E é avançar que eu quero. Não progredir de qualquer jeito, nem a qualquer custo. Não quero fugir de nada, mas também não encanar num problema eterno ( o eterno retorno, rá). Quero mais e mais lanes em meus Wegs. Trilhar paralelo ao certo, ao que dizem ser certo, e ao errado, o que dizem ser errado. Quero errar, também, mas não muito né. Se eu tentar errar, é melhor que eu nem tente. Não é o meu jeito ninja. Eu quero ‘ver correndo pelos meus lindos campos e pastagens minha linda esposa e filhas’. Referente àquela piadinha que acho que ninguém lembra (caso conheça). Eu não quero ir pra Pasárgada. Não quero ir à Guerra. A não ser que eu queira. Não, não foi o que eu não quis dizer. Eu quis dizer exatamente isso. E aquilo. E por fim, mas não no final, quero me desculpar com todos, por tudo que não pude fazer, deixei de fazer, ou tenha feito. Perdão por não poder ter dado mais atenção, ou ter deixado viver com mais liberdade. Perdão por eu não ter conseguido tudo, ou por eu não ter dividido o que e podia. Perdão por achar que não tenho pretensão de fazer o que faço, quando é a maior das pretensões fazer sem pretensão. E quando eu morrer, não quero choro nem vela. Mas quero que alguém possa ser mais feliz porque eu me esforcei pra conseguir alguma coisa.

Máu-ri.
Quem não tem medo, que me compre.