Citando o personagem Do Contra, nas histórias do meu quase xará ‘Maurício de Souza’, “minha vida começou pelo fim... de uma longa espera de nove meses, de gravidez, até que eu nasci.” Genial. Então foi vindo até os dias de hoje, de milhares e milhares de maneiras, assistindo muita televisão, lendo com moderação, ouvindo tantas músicas a ponto de não mais perceber o quanto isso é intrínseco à minha existência. Cada vez mais ficando moderado em minhas opiniões e descobrindo a diversidade alheia (mesmo alheia em mim mesmo) e tentando respeitar cada vez mais. Sempre que eu paro para pensar sobre minha relação com cada pessoa que passa pela minha vida, me sinto uma esponja. Esponja cultural, oral, intelectual. Me defino mais ou menos como uma máquina de repetir. Só que essa repetição é minha, do meu jeito, com o meu traço, porque já não dá mais pra “desmisturar” tudo que eu já absorvi. Agora, para onde eu vou? Bom, depois do serviço eu geralmente vou para a aula na Fap. A pé. Ou na sexta-feira eu vou no show do Otto. Adoro Otto. Quando eu crescer, quero ser pai, ter pelo menos um filho (ou uma filha). Quero juntar o que eu gosto com o que eu preciso. Gosto imensamente de política. Gosto gigantemente de Artes. Teatro, é no que estamos em questão. Sempre que eu trabalhei em minha vida, praticamente todas as vezes foi em serviço público. Desde concursado, como estagiário, passando até por terceirizado, para algum órgão estatal. Não obstante, não tenho pretensões de não ficar ‘rico’. Muito pelo contrário. Nem de trabalhar pouco. Apenas quero continuar acreditando em mim e no futuro. Também vou para Polônia e para a Ucrânia, o mais brevemente possível. Pegar minha mochila, minhas línguas estrangeiras, algum dinheiro que eu consiga, e olá velho mundo! Vou para a pista de Cooper e para a academia, assim que eu conseguir de novo. Sem saúde, sem futuro. Vou, ainda, para a casa de meus avós, enquanto eles forem vivos. Depois que morrerem também não adianta mais. Vou ser mais simpático e menos intransigente. O que me leva a crer que não há falta de objetividade. Há talvez excesso de tempo para conseguir coisas que demandam muito tempo. Vou precisar de mais paciência e mais obstinação. É meu jeito ninja: não vou parar de tentar até eu conseguir. Quando eu faço uma promessa, é para cumprir. E é assim que eu pretendo ir. Agora, pra onde? Não sei. Como em música de um conjunto já não tão fiel a sua própria obra: “EU NÃO SEI O QUE EU QUERO, MAS EU SEI QUE VOU CONSEGUIR”. Como visto eu até sei o que eu quero. O que muda é descobrir os ‘comos’ conseguir tudo. E cada vez que eu tomo um rumo, tenho mais e mais curiosidade de descobrir outras formas, outros meios. O que nos tira de certa forma de um caminho retilíneo. Mais ou menos como dizem que a mão de Deus escreve. Antônio Fagundes no filme Deus é Brasileiro, no papel de Deus, certo momento diz: “não sou eu que escrevo torto, são vocês que não sabem ler mesmo”. Que tem idealismo nos meus sonhos ainda tem. Cada vez menos, concordo/admito. Não tenho vergonha de querer assim, e não me desculpo por perder um pouquinho de idealismo por mês. Não é por mal. Mas também não sou vítima de nada. Vejo as necessidade e tento me adaptar a elas. Para isso temos que as vezes adiar alguns planos, ou adiantar outros. Só quando se para de ver o lado da metade vazia da taça de Moët Chandon Imperial Demi-Sec, é que se pode começar a pensar em avançar. E é avançar que eu quero. Não progredir de qualquer jeito, nem a qualquer custo. Não quero fugir de nada, mas também não encanar num problema eterno ( o eterno retorno, rá). Quero mais e mais lanes em meus Wegs. Trilhar paralelo ao certo, ao que dizem ser certo, e ao errado, o que dizem ser errado. Quero errar, também, mas não muito né. Se eu tentar errar, é melhor que eu nem tente. Não é o meu jeito ninja. Eu quero ‘ver correndo pelos meus lindos campos e pastagens minha linda esposa e filhas’. Referente àquela piadinha que acho que ninguém lembra (caso conheça). Eu não quero ir pra Pasárgada. Não quero ir à Guerra. A não ser que eu queira. Não, não foi o que eu não quis dizer. Eu quis dizer exatamente isso. E aquilo. E por fim, mas não no final, quero me desculpar com todos, por tudo que não pude fazer, deixei de fazer, ou tenha feito. Perdão por não poder ter dado mais atenção, ou ter deixado viver com mais liberdade. Perdão por eu não ter conseguido tudo, ou por eu não ter dividido o que e podia. Perdão por achar que não tenho pretensão de fazer o que faço, quando é a maior das pretensões fazer sem pretensão. E quando eu morrer, não quero choro nem vela. Mas quero que alguém possa ser mais feliz porque eu me esforcei pra conseguir alguma coisa.
Máu-ri.
Quem não tem medo, que me compre.
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