A Torre Negra
Baseada
na obra homônima de Stephen King, A Torre Negra é uma saga de livros em sete
volumes que tem uma história de mais de trinta anos de construção e que já
gerou duas pequenas séries spin offs
em quadrinhos. Vale dizer que um oitavo livro foi lançado, mas que não acrescenta
muitas novidades ao enredo central. Agora, essa grande obra acaba de ganhar uma
versão para os cinemas, trazendo uma temida adaptação de um enredo
monstruosamente grande e complexo para uma película (inicial?) de 135 minutos.
Será que deu boa?
Inicialmente,
a saga literária de Stephen King fala de uma existência repleta de terras (ou ‘mundos’)
paralelas, as quais todas convergem para um único ponto: exatamente onde está
localizada a Torre Negra. E por um acaso do destino, o mais-do-que-poderoso Rei
Rubro resolveu botar abaixo essa edificação que sustenta a existência. Para isso,
o monarca vermelho conta com o auxílio de seu ‘comandante’ Walter das Sombras
(o Homem de Preto), um feiticeiro de magia das trevas extremamente poderoso,
que é o responsável por conduzir os maquiavélicos planos de destruição. Contra
essa ameaça, desde os tempos mais antigos, a Torre era protegida por ‘pistoleiros’
(que na obra de King são uma releitura dos cavaleiros da távola redonda)
guiados por suas enormes pistolas de cabos de sândalo, forjadas com o metal do
próprio aço de Excalibur, a arma de Arthur do Eld (sentiu a relação?). E assim Roland
de Gilead, o último dos pistoleiros, começa a aventura perseguindo o homem de
preto em uma incansável e perigosa jornada.
A adaptação das telonas também parte de um
roteiro parecido, mostrando detalhes que só são conhecidos nos sexto e sétimos volumes
(mais perto do final), unindo Roland e o garoto Jake de um lado, contra Walter
e seus vis asseclas de outros. A princípio, os contraventores existenciais
pretendem destruir a Torre para tornar a realidade em chamas e escuridão.
Roland busca vingança e está em crise de identidade sobre sua existência como
pistoleiro. O garoto assume um papel de singular importância neste enredo
adaptado e basicamente conseguimos resumir toda a obra em um pequeno parágrafo.
Em termos de
apresentação técnica, A Torre Negra conta com efeitos bem interessantes, sendo
que nada se torna cansativo durante o filme, incluindo a duração da exposição.
Apelícula passa mais ou menos rápido e deixa a sensação de que “acabou na hora
certa”. Para a alegria de quem não está inteirado de nada sobre a história da
literatura ‘kinguiana’, o filme conta com um começo, um meio e (felizmente) um
fim — não deixando aquela famosa brecha para a posterior continuação como é bem
comum em trilogias e afins. Além disso, o som não assume papel de muito
destaque, mas não faz feio, bem como os efeitos visuais — com pequena menção
honrosa para o demônio da floresta e da casa do portal.
A atuação das
estrelas Idris Elba e Matthew McConaughey é bem convincente, apesar de que
ambos assumem quase todos os diálogos relevantes do filme — o que atrapalha
muito para fazermos uma comparação. Isso pode obscurecer o julgamento de quem ocupa
papel principal e de coadjuvante, já que os demais personagens parecem todos
pouco úteis. Enfim, vê-se que estamos tratando de uma obra claramente mediana, deixando
de lado o juízo de valor sobre ‘o livro é melhor’ ou ‘nunca ouvi falar dessa
Torre’.
VALE A PENA?
Enfim, A Torre
Negra é um filme muito interessante. Um sonho virando realidade para os fãs da
saga e uma experiência boa para quem quer se aproximar da obra de Stephen King.
Vale a pena? Sim. É perfeito? Absolutamente não. Trata-se de um filme ‘mais ou
menos’, do jeitinho que deve passar na Tela Quente daqui uns anos.
NO ENTANTO,
vale a pena lembrar que a intenção inicial do grupo por trás desse trabalho é inaugurar
a adaptação do livro para as telas com um filme, seguido de um seriado de mais
de uma dezena de episódios. Então, dá pra dizer que os fãs estão ansiosos pela
chegada da série, o que ainda não tem data certa para acontecer, mas deve
aparecer lá pelos idos de 2020.
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