quarta-feira, 17 de março de 2010

Labirintite Etanológica - “ E se ao invés de limões, a vida lhe desse cérebro?”


Há certas sensações que não são aconselháveis dividir.


Pelo mais variados motivos. Outras só são completas quando divididas (vide “Into the Wild”). De repente, hoje, em minha caminhada pós-desjejum, vulgo “almoço” no meu caso, fui subitamente acometido de uma singela, porém avassaladora, vontade de evacuação. O popular cagar. Havia a possibilidade de parar no Shopping e usar o higiênico e relativa-aparente-mente limpo tualétchi. Porém o maledeto do relógia não me deixava escolha a não ser acelerar o passo, concentrando a maioria das minhas energias na região sub-diafragmal, no andar correndinho – pra não bater em ninguém e ocasionar um largo dano pelo susto ou pela desconcentração repentina – e na esperança, que segundo aquela lenda lá é a que ficou presa na caixa. Chegando no local de lavório, subo as escadas em velocidade 5. Porém deveria bater o ponto antes. E se bato o ponto, preciso ligar o computador. E se ligo o computador, caso chefes estejam por perto, devo cumprimentá-las. E se há chefes, quer dizer que cheguei atrasado ( o normal é eu SEMPRE chegar bem antes delas...). E se estou atrasado, não posso simplesmente chegar e sair de novo. Então, o estado alpha-épsilon mental em que me encontrava permitiu o controle do que se diz sistema simpático. (ou para-simpático?) vinte minutos contados de brava resistência e levanto-me alegando buscar água e café para melhor atender ao eleitorado chefual, e me vou em direção ao mais nobre local no qual poderia passar pela cabeça em tão subserviente momento: o banheiro. Descrições a parte, confesso que gostaria muito de compartilhar a sensação “pós-descarrego”.
Em verdade vos digo: Obrigado por compartilhar dessa minha sensação que não deveria ser compartilhada.

Com muito Prazer,

Máu-ri.
(compartilhando o incompartilhável!)

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